35ª mostra SP – dia 1


O DIA EM QUE ELE CHEGAR (Book Chon Yang Hyang) | Dir.: Hang Sang-soo | 2011 | Coréia do Sul ****
Meu primeiro dia na Mostra foi de filmes de histórias simples que se sobressaem na execução. O dia em que ele chegar é o melhor deles. É o primeiro filme de Hang Sang-Soo que vejo. Então a maior queixa de quem não gostou – o mais do mesmo do diretor – não funciona para mim. Um diretor volta para Seul, onde um dia morou, e reencontra algumas pessoas do seu passado. E esses reecontros  – simples, de certa forma -, bastam para que  Sang-soo componha uma leve história sobre acaso e relacionamentos. Um roteiro inteligente, que repete as cenas do filme com algumas mudanças, é todo formado por diálogos divertidos e Sang-soo faz essas repetições funcionarem muito bem. Pensando agora ainda parece um filme pequeno, mas me atingiu em cheio. E sua execução não é ignorável. Vou atrás dos outros filmes do diretor ansioso.

VULCÃO (Eldfjal) | Dir.: Runar Runarsson | 2011 | Dinamarca, Islândia ***
Quando um filme vai contar a tristeza de um idoso é recomendável fugir. A história de Vulcão é previsível e óbvia, com alguns golpes baixo. Com exceção desses golpes, acho que é possível relevar porque não parece que ali está apenas sofrimento como uma forma fácil de chamar atenção. Runarsson filma seu aposentado e suas relações (ou não-relações) de uma forma muito dura, real, mas bonita o suficiente para me emocionar mais de uma vez. Finalmente alguém parece se importar com os pobres velhinhos.

A BOCA DO LOBO (La Bocca del Lupo) | Dir.: Pietro Marcelo | 2009 | Itália ****
A montagem de A Boca do Lobo é certeira para que suas experimentações funcionem tão bem. Poderia facilmente ser um filme chato, mas é uma história muito bem contada. Eu poderia colocar um ‘de amor ‘ ali no meio, mas acredito que Marcelo tentou algo mais, tornar seu teste estilístico algo mais significante. O que também conseguiu. As imagens que interrompem a narrativa sobre o casal não atrapalham ou atrasam o curtinho longa e dão uma entonação extra. O documentário é do tipo consciente da realidade contestável dos personagens que filma, mas a experimentação acaba sendo um senão para a aceitação da história toda, que apesar de tudo parece querer se afirmar real.

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